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La misura del corpo fotografias e colagens de Cesare Pergola de 27 de setembro a 9 de novembro de 2014 O corpo e suas (im)possíveis metáforasAndrés Hernández, São Paulo, 2014 O conjunto de obras na exposição individual La misura del corpo de Cesare Pergola, artista, professor e arquiteto italiano residente no Brasil, constitui, uma peça teatral ou um quebra-cabeças onde as personagens são o artista, as obras e o espectador; mas o protagonista é o corpo. A partir dele o artista nos oferece ferramentas para entretecer histórias atemporais, pautadas por movimentos ritmados pela imaginação e a incoerência. Histórias inconclusas, ziguezagueantes, incomuns como sonhos; mas onde se manifesta a cuidadosa e elevada sensibilidade e, sobre tudo, a qualidade autoral do artista. São historias que se transmutam em experiências cênicas que indicam estados de espírito e relacionam seus componentes num ritmo que fica diluído entre imagem e movimentos, entre pensamento e gesto e se transformam em autorretratos coletivos. O artista explora estruturalmente as possibilidades expressivas e ilimitadas do corpo, e as transformam em relíquias atemporais enriquecidas com componentes de um espectro de possibilidades estéticas que se desbordam em sugestivas motivações sensoriais. Pergola propõe uma cartografia mutante, como a própria existência. Cada instante transcorrido prefigura novas fronteiras, novos traços na vida (pessoal e coletiva), e apaga as do instante anterior. Ganhando ou perdendo, os traços e as fronteiras que permanecem desenham uma escrita, um itinerário, uma topografia. Configuram-se, definitivamente, estados de espírito que carregam dentro de si uma persistente inconformidade com a sua definição. Configura-se uma poética que pode ser considerada como tudo o que constitui a obra em si mesma, e o conjunto delas, a partir do momento de sua instauração, e que pressupõe o estudo das motivações do artista, de seus processos de trabalho e da instauração da(s) obra(s) enquanto forma, concreta ou virtual, permanente ou efêmera. Uma objetividade condicionada à perspectiva que possibilita o deslocamento de elementos dentro dos limites da obra de arte e do processo como um todo. As series apresentadas na exposição abordam um cotidiano roubado e contido, transformado de possibilidades a realidades, com historias cheias de uma polifonia visual. Esta aproximação com a realidade individual canaliza discursos plásticos contemporâneos onde a imagem protagoniza a assimilação e projeção de discursos estéticos coletivos. O artista oferece-nos argumentos criativos estruturados com lucidez emocional, sagacidade analítica e comunicabilidade mobilizadora, a partir de signos convencionais e/ou arbitrários: o corpo, a dança, a computação, a fotografia, a pintura, a geometria, a cor, a luz, É o acontecimento como arte! |
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